Improvisos e composições

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Improvisos e composições

                
Nas séries iniciais a voz e o corpo são os principais instrumentos de aprendizagem

No 1º e no 2º ano os alunos precisam compreender a música enquanto linguagem dotada de sentido e capaz de evocar as nossas emoções. Por isso, as ações de produção musical - tocar, cantar, compor, improvisar, dançar conforme a música - são imprescindíveis no planejamento das aulas dessa modalidade artística.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, "nas produções musicais em sala de aula, é importante compreender claramente a diferença entre composição e interpretação. Numa canção, por exemplo, elementos como melodia ou letra fazem parte da composição, mas a canção só se faz presente pela interpretação, com todos os demais elementos: instrumentos, arranjos, características interpretativas, improvisações etc.". Para que o aluno consiga expressar elementos da linguagem musical, portanto, ele precisa tomar diferentes interpretações como referência, e precisa de tempo para se desenvolver por meio delas, até que adquira condições para incorporar a canção com todos os seus elementos. Espera-se com isso que as crianças consigam, progressivamente, traduzir simbolicamente realidades interiores (impressões, emoções, sensações) por meio da música.

Ou seja, para que consigam compor sequências rítmicas, interpretar canções ou até mesmo improvisar sobre elas, é necessário que as crianças entrem em contato com um vasto repertório musical, de diferentes épocas e lugares; consigam apreciar as músicas que escutam e percebam os elementos que estruturam os sons na música.

A professora Vivian Agnolo Barbosa, da Alecrim Dourado Formação Musical, em Curitiba, indica a elaboração de jogos musicais cumulativos para trabalhar a improvisação com os alunos: sentados em roda, os alunos devem eleger um colega para começar o jogo. Este aluno deve, então, criar uma pequena célula rítmica e executá-la usando o corpo (bater duas palmas, por exemplo). A próxima criança na roda deve repetir o ritmo elaborado pelo colega e acrescentar a ele uma nova célula rítmica. O jogo segue até que todos os alunos da roda ampliem a sequência rítmica e consigam executá-la. O seu papel é orientar as crianças, e propor desafios que estimulem a criatividade.

As atividades de canto também estão presentes na rotina. Para além das canções ensaiadas para as datas comemorativas, explore com os alunos o repertório de cirandas, parlendas, músicas do folclore regional e do repertório popular brasileiro. No 1º ano aposte em melodias simples e em letras que possam ser facilmente decoradas pelos alunos. No 2º ano, você pode propor canções com letras mais longas e melodias mais complexas. Com os conceitos de grave/agudo, lento/rápido e fraco/forte bem fixados, proponha interpretações com a voz e com o corpo (bater palmas, estalar os dedos, bater os pés do chão etc.) que explorem, também, nuances entre esses elementos - os sons meio fortes, ou meio fracos, por exemplo.

Por fim, as composições também podem ser feitas por meio de escritas combinadas - uma sequência de círculos, triângulos e quadrados, por exemplo, em que círculos representam duas palmas, triângulos representam um pulso da sequência em silêncio e quadrados indicam a repetição de uma frase cantada. Isso faz com que as crianças comecem a compreender por que precisam das notas e qual a lógica da notação musical formal - que será trabalhada somente a partir 3º ano, quando as crianças começam a trocar as ações musicais feitas com a voz e com o corpo, para a produção musical em instrumentos cada vez mais complexos (como a flauta doce, por exemplo).
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